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24 de Abril de 2024
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    Advogado lamenta por universitário que chamou curso de Direito de desgraça no convite de formatura

    O presidente da OAB/PE aconselhou: "Não siga a advocacia."

    Publicado por Davi D'lírio
    há 6 anos

    Passados seis fucking longos anos e acabou essa desgraça. (...) Aos meus inimigos, gostaria de dizer que acabou, estou formado e pronto para meter o famoso processinho.”

    As frases acima fazem parte do convite de formatura de um estudante de Direito. O texto do convite viralizou nas redes sociais nos últimos dias. O jovem comentou a expectativa e a realidade do que foi sua vida acadêmica.

    "Pobre iludido era eu. Foram-se os anos e eu já estava surtando com assuntos acumulados, vários trabalhos para entregar, provas cujo único objetivo era f*** com a minha vida social e desgastar meus neurônios, sem falar na demora de colocar a nota no sistema, né?

    O presidente da OAB/PE, Ronnie Preuss Duarte, lamentou o fato: “Senti pena do jovem bacharel que, almejando apenas a riqueza, fez um curso que para ele foi tido como “desgraçado”, que via as provas como algo cujo único propósito era “foder” a sua vida social e que tinha raiva dos colegas, qualificando de “tormentoso” o simples ato de pisar na faculdade.”

    Para o presidente da seccional, é triste que “a bendita prova da OAB não seja capaz de aferir a vocação dos candidatos”.

    Ao jovem Lucas, se me fosse consentido, daria um conselho: não siga a advocacia. Por tudo o que li, tenho a certeza de que nela você poderá até ficar rico, mas muito dificilmente conseguirá ser feliz!

    Veja abaixo as íntegras do convite divulgada pelo estudante e a resposta do presidente da OAB/PE.

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    SOBRE UM CONVITE DE FORMATURA

    Li atentamente um convite de formatura que “viralizou” há poucos dias na internet. Fui tomado pela lembrança de um sentimento que me invadiu há exatos 21 anos, quando finalmente pude realizar um sonho de infância: colar grau no curso de direito. Recordo-me vivamente da empolgação vivenciada durante os cinco anos passados na faculdade. Lembro-me da inquietação, da ansiedade em poder, ao depois, finalmente exercer a advocacia.

    Nas escolhas profissionais, jamais fui animado por perspectivas de ganhos significativos. Era motivado, apenas, pela paixão, pela nobreza do ofício e pela perspectiva de poder exercer um protagonismo na administração da justiça aos cidadãos. Lembro com saudades dos tempos universitários. Sinto falta dos amigos de outrora. Reverencio os meus mestres, levando comigo uma imorredoura gratidão pelos valiosos ensinamentos recebidos.

    Encarei as renúncias ao convívio social como algo inerente à responsabilidade que deve recair sobre aqueles que, missionários da justiça, buscam uma formação técnica para defender os direitos alheios, dos cidadãos. Quanto aos exames, sempre os tive como algo absolutamente necessário à verificação da apreensão de conteúdos indispensáveis ao cabedal de um bom profissional do direito. Ao fim e ao cabo, fui tomado por um profundo sentimento de pesar pelo emissário do tal convite.

    Senti pena do jovem bacharel que, almejando apenas a riqueza, fez um curso que para ele foi tido como “desgraçado”, que via as provas como algo cujo único propósito era “foder” a sua vida social e que tinha raiva dos colegas, qualificando de “tormentoso” o simples ato de pisar na faculdade. Finda a leitura do texto, lamentei profundamente que a bendita prova da OAB não seja capaz de aferir a vocação dos candidatos.

    Ao jovem Lucas, se me fosse consentido, daria um conselho: não siga a advocacia. Por tudo o que li, tenho a certeza de que nela você poderá até ficar rico, mas muito dificilmente conseguirá ser feliz!

    • Sobre o autor"A advocacia não é profissão de covardes" - Heráclito Fontoura Sobral Pinto
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    47 Comentários

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    Estamos superdimensionando uma brincadeira. continuar lendo

    O presidente da OAB/PE não tem coisa melhor pra fazer do que analisar como se fosse séria, uma brincadeira com vistas à viralizar nas redes, um texto pra fazer rir (ainda que com alguma base real)??? Pra mim só demonstra que o presidente tem dificuldade para entender sátira e figuras de linguagem que se encarregam de criar uma caricatura da experiência do garoto.
    Além de falta de noção pra perceber uma brincadeira, ainda prega o futuro com base num pequeno recorte... aiai... um primo do semianalfabetismo é a deficiência pra contextualizar ou interpretar, deixando levar-se por viralização... muito próximo do midiota. continuar lendo

    Infelizmente algumas coisas que ele disse é verdade, em minha faculdade mesmo esta evidente 1 professor que faz isso nas provas, inclusive contrariando matérias e teses para o que ele acha que deve ser.

    É lamentável como muitos advogados e professores de direito vem se achando deuses e que todos devem seguir seu posicionamento. continuar lendo

    Triste realidade das faculdades. Acredito que todos formos humildes e flexíveis quanto a posicionamentos diversos teremos um dia faculdades mais adequadas para debates e discutis decisões/posicionamentos diversos. continuar lendo

    É exatamente esta a questão ... a qualidade de ensino vem caindo muito. Muitos são professores (especialmente nas particulares) assim como são comissionados no serviço público: através do Quem Indica.

    Nas faculdades públicas os apadrinhados só tem que se preocupar com a fase objetiva, na subjetiva o jeitinho entra em cena ... quem não lembra dos áudios da Mariana Fux? ... é no mesmo nível.

    O aluno pode sim não ter gostado do curso (o que não invalida tudo o que disse), mas caberia a OAB-PE averiguar a qualidade de ensino do estabelecimento.

    Mas a OAB prefere fazer discurso pelo "amor à profissão" em detrimento do dinheiro, mas não vai mexer com a faculdade para não desagradar os que tem o dinheiro ... ou seja, ela morde o próprio rabo com discursos inúteis.

    Se a OAB-PE aconselha ele a não seguir a advocacia, eu aconselho a OAB a valorizar a advocacia e ser menos pelega de super-advogados e seus clientes poderosos. Que valorize toda a categoria, até o mais humilde dos advogados. E que zele especialmente pelos estudantes, a começar vendo o nível do ensino desta faculdade. continuar lendo

    Concordo que ao final do curso eu também quase surtei. Fiz faculdade aos 49 anos e com a vida agitada do trabalho, e já no final de 2014 com uma filha grávida e um marido desempregado...Colei grau em março de 2014, com 54 anos e chorei ao ver o meu sonho realizado. Terminada essa etapa, fiquei desempregada e depois do casamento da minha, comecei estudar em casa sozinha para a prova da OAB, pois não tinha dinheiro para cursinhos. Passava na 1ª fase, reprovava na 2ª e na repescagem...Hoje, em 2017 finalmente dei entrada na minha carteira fechando um ciclo, graças a Deus que até aqui me sustentou. Acho lamentável (mesmo sendo apenas uma brincadeira) que um jovem já tenha esses pensamentos tão medíocres a respeito da profissão que escolheu. Podem me chamar de louca, mas o que mais me apaixona na advocacia é defender quem não tem como se defender e desconhecem seus direitos! Estou estudando para a prova da Defensoria Pública pois meu sonho e justamente defender quem não pode pagar por advogado. Sou utópica? Talvez....mas sonho é sonho e foi assim que eu sempre sonhei. Se ficarei rica? Provavelmente não...mas nada paga o prazer e a felicidade de fazer o que se ama, o que se tem paixão.... continuar lendo

    Você deu a resposta que mais se encaixa em meu sentimento. Quando entrei na faculdade de direito já não era nenhuma jovem, pois tinha família constituída (dois filho e marido), além de trabalhar fora e ter a responsabilidade de cuidar da casa (todos os serviços domésticos) - como eu conseguia não sei - mas tanto naquela época, quanto atualmente, admiro demais o curso e o exercício da profissão, para proferir palavras tão agressivas contra tudo e contra todos. SINTO MUITO, mas não encaro ISSO COMO BRINCADEIRA. Este ano, comemoramos 20 anos de formados e nossa turma se reuniu (não todos é evidente, mas uma boa parte) e foi maravilhoso. A esse menino (permita-me assim chamá-lo) ratifico o pensamento do Presidente da OAB/PE, se está - ou se ficou - insatisfeito, faça outra coisa. Bem se vê que essa não é a sua profissão. continuar lendo